segunda-feira, 2 de maio de 2011

Mais que qualificação, comportamento é diferencial

Com a mudança do mercado de trabalho, o perfil dos profissionais também é alterado. Segundo o diretor-presidente da K&M Consultoria e da Talentos & Oportunidades, Kelermane Martins, os empregadores não estão interessados apenas em pessoas tecnicamente preparadas. Hoje o mercado espera pessoas mais éticas, que transmitam confiança e que não precisem ser supervisionadas o tempo inteiro. Outro aspecto apontado como fundamental pelo consultor é o comportamento dos profissionais. "É preciso que ele saiba lidar com pessoas, com conflitos, que é inerente ao comportamento humano. Ele não pode ser um trator. Esse termo é muito usado no mundo organizacional, o profissional que dá resultados, mas deixa rastros. Existem funcionários de mão cheia, mas que destroem o clima dentro de uma empresa", afirmou.
De acordo com Kelermane, o empresariado observa os profissionais diante de confrontos, para avaliar seu equilíbrio emocional. "É importante que esse profissional resolva os problemas da melhor forma, usando a autoridade,que é bem diferente de poder. Ele precisa ser referência na equipe. Esse grupo vai segui-lo, tê-lo como modelo".
Segundo o consultor, o comportamento é fundamental. Cerca de 80% dos desligamentos em uma empresa têm referência direta com aspectos comportamentais e não com incompetência técnica, conforme aponta a maioria dos executivos brasileiros. "Às vezes esse profissional faz MBA, inúmeros cursos, tem um currículo recheado, mas escorrega na área do comportamento", declarou. Segundo Kelermane, na hora de contratar, os empresários observam como o profissional trabalha, seus princípios e valores, como age em relação aos demais. "Apenas 20% dessa contratação tem relação com o currículo técnico", afirmou.
No entanto, segundo Martins, não são todas as empresas que têm essa consciência. "Ainda existe a falsa crença de que se alguém foi muito bom numa empresa vai ser bom na minha. O profissional está menos consciente ainda. Ele não conhece a dimensão da contratação e desliza facilmente. Não é difícil nos processosseletivos, pessoas que estão desempregadas chegarem atrasadas no dia da entrevista. Não percebem que esse ato mostra que ela é uma pessoa desorganizada, não sabe se planejar. Se no momento em que ela apenas almeja entrar na empresa faz isso, imagine se entrar, de fato. Os profissionais estão com sede de educação, fazer muitos cursos, mas não têm cuidado com o lado comportamental, que é importantíssimo", argumentou.

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